28 março 2004

Não fui, nunca serei.

Mesmo que não seja de acordo com o que os outros, voçês, possam ter sempre pensado de mim, não fui, nunca serei aquilo que pensaram sempre que fui. Se querem saber, esventrar a minha pessoa escondida, dissimulada, saber para poder dominar, talvez, sem sentido nem permissão de mim para voçês, sem a palavra da minha dissimulada entidade e regida por uma vontade de me esconder mais fundo, mais longe possivel e afastado de mim, seja falso ou concreto, se querem mesmo saber, tem de esquecer tudo o que vos ensinaram, risquem a merda das palavras, das vossas imagens, conceitos e preconceitos, estúpidez complexada. Experimentem, não o desvio de sensações, mas sim o corte de libertação desse sangue, o sangue quente e calmante, esse que vos faz chorar nos noticiários, e tentem o expressar misturado numa lágrima. Numa simples lágrima. Deixem a vossa vida se misturar com a urina que vos preenche. Suicidem-se. Sejam mais práticos num mundo mais fácil de entender.

Sem comentários: