10 novembro 2003

Sofia

Acordei, hoje, a sonhar, a recordar. Lembrei-me dela, não sei porquê, já não me recordava dela. Os olhos e a voz caminharam por mim, incomodando-me, pertubando-me, obrigando-me a sentir a náusea da saudade. Não sei onde está, se está algures perto, se está ainda igual à minha memória. É uma parte do meu passado, do que fui e vivi. De onde vim e onde estive. Onde pertenci. Lembrei-me das coisas vividas, dos momentos falados e sofridos. Senti percorrer no meu sistema olfactivo, o seu cheiro guardado num frasco de memória. Gostava de lhe tocar, de novo, mas sei que não é possível. O que me recordo, já não é. A imagem não tem corpo, nem sentido. Se um dia a encontrar, vou duvidar se é realmente ela. Ela, a que eu vivi.

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